Por que criamos problemas imaginários com o estresse?


Um viajante caminhava por uma estrada e ao chegar numa curva, avistou uma cobra. Dominado pelo estresse, sua primeira reação foi fugir. Parou, e se deu conta que precisava muito seguir aquela viagem. Devagar, respirou fundo e ao olhar de novo na direção da curva da estrada, notou que se tratava apenas de uma corda enrolada.  Os hindus contam essa história para demonstrar o quanto a mente nos prega peças, criando problemas onde eles não existem. Somos dotados de um cérebro preparado para resolver problemas e garantir nossa sobrevivência desde os primórdios da humanidade sobre a terra, mas atualmente, esse cérebro passou a criar problemas imaginários.


Estamos mantendo o estado de alerta contra ameaças (estresse) ligado o tempo todo, e não para questões de sobrevivência, mas para problemas de relacionamentos, financeiros ou existenciais. Parar para respirar, como fez o viajante, é uma forma de organizar os pensamentos. Podemos citar aqui a técnica da meditação como ferramenta de limpeza mental.  É possível listar desde a meditação clássica, ensinada nas aulas de yoga, até técnicas mais modernas como a Inteligência Emocional, criada pelo psicólogo Daniel Goleman, da Universidade de Harvard, o Mindfulness, criado por Jon Kabat-Zionn, do Centro Médico Universitário de Massachusetts, e a meditação transcendental do guru indiano Maharish Mahesh Yogi. A base de todas: ensinar a ouvir a respiração e o corpo, focando no presente.

Os males do homem moderno ajudaram a alavancar a credibilidade científica da meditação com experiências de combate ao estresse, ansiedade e depressão. As pesquisas comprovaram alterações na massa cinzenta do cérebro e até a produção de novos neurônios. Talvez por isso tantos alívios de sintomas como insônia, falta de foco e problemas cardíacos. Além da cura física, a meditação traz um beneficio social: melhorar os relacionamentos ao desenvolver empatia e capacidade de interagir de forma colaborativa e produtiva, reduzindo atitudes agressivas e situações de raiva, por exemplo. Esse autoconhecimento proporciona força para lidarmos com problemas de verdade e não aqueles inventados pela mente. Com a mente organizada, podemos analisar melhor se estamos diante de uma cobra ou corda.

Dica: Quem já tentou meditar sabe que os pensamentos entram e saem o tempo todo. Não se irrite, eles fazem parte da periferia da sua atenção e estão sendo ensinados a deixarem de fluir quando não forem chamados.


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